Fernando de Noronha guarda lendas incríveis. Entre elas a princípio temos duas versões  de presença pirata. Não um pirata qualquer, mas o próprio Capitão KIDD !

    Na Praia do Cachorro  existe então uma fenda bem estreita, que se abre na pedra e vai dar em um enorme salão, cavado pelo mar. As águas adentram com violência este salão natural, batendo assim contra as rochas e produzindo terríveis estrondos, ouvidos à distância.  Estes sons de fato se assemelham a uivos de cães.

   O salão, obra natural das águas oceânicas, é certamente considerado por muitos como um possível trabalho humano. Em algum momento da história. Poderia alguém mesmo ter aberto um subterrâneo, partindo da Fortaleza dos remédios até a vila? Seria isto possível? 

   Ninguém o sabe dizer. Ms o fato é que inumeros presidiários ou pescadores, ou mesmo visitantes, desprevenidos de tal labirinto subterrâneo, perderam suas vidas nos corredores alagados.

    Muitos a denominam de CAVERNA DOS SUSPIROS. Outros, a chamam simplesmente de FUNIL. Mas o consenso sempre é o de que tal salão é um lendário e perigoso espaço.  E que abriga no seu interior  as histórias tenebrosas sussurradas  pelos mortos afogados.

Foi nesta mesma caverna que o Capitão KIDD escondeu o tesouro trazido dos assaltos a galeões repletos de ouro e pedras preciosas. De fato o tesouro de um pirata.

Kidd foi um corsário escocês, nascido em 22 de janeiro de 1645 e falecido a 23 de maio de 1701, executado pelo então crime de pirataria.

Na ocasião, perseguido em alto mar e postoa pique por seus perseguidores,  conseguiu assim  conduzir até Fernando de Noronha. Aproveitou então o local ermo e naturalmente escavado nas rochas para ocultar o seu famigerado tesouro.

Ali, sob o teto negro da caverna, está certamente  oculto o precioso espólio, aguardando alguém digno de resgatá-lo. Mas todos que até então por ali adentraram, acabaram mortos.

Diziam os presidiários que de fato ali morava um  terrível  dragão, guardando o precioso tesouro. Um dia, o dragão viu, próximo à entrada da caverna , a linda filha de um dos prisioneiros. Tomado de amores pela moça, o dragão a arrastou para dentro do covil, mantendo-a prisioneira para sempre...

Esta lenda, neste formato, foi recolhida por OLAVO DANTAS , em 1938 e publicada no seu livro “Sob o Céu dos Trópicos”, da Livraria José Olympio. Da mesma forma, foi citada por Campos Aragão, no livro “ Guardando Céu nos trópicos”, editado em 1942, pela Biblioteca do Exército e por Gustavo Barroso, na obra “Nos Bastidores da História”, da Editora Melhoramentos, 1950.

       No ano de 1974 a lenda foi descrita no periódico “ O Arquipélago”, que circulou em Noronha de 1973 a 1975, sob a chefia do Sargento Severino Augusto dos Santos.
       

         A caverna realmente existe. Lá o mar penetra violentamente , comprimindo massas de ar. As massas , por sua vez, escapam por orifícios superiores da rocha, causando estrondos incríveis, que são ouvidos à distância e se assemelham a avalanches contínuas.
       

       Já o Capitão Kidd, é possivel assim  ter atracado na ilha em um momento que descansava e procurava provisões. Noronha possuía então água potável, lenha e cabritos selvagens. A sua presença de fato originou histórias mirabolantes, inclusive sobre o fato de ele ter escondido suas pilhagens.
       

       As lendas de que Kidd ocultou boa parte de seus saques levou a inúmeras caças ao tesouro por todo o mundo, ao longo dos séculos. Inspirou o autor Robert Louis Stevenson a escrever A Ilha do Tesouro (1883), um dos clássicos da literatura infanto-juvenil.
       

       Em 2015, exploradores afirmaram ter encontrado o tesouro de KIDD em Madagascar, mas isto ainda não foi comprovado. Pode ser que o tesouro esteja nos salões submersos de Fernando de Noronha, aguardando pela eternidade!

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