Meios de transporte Urbano no Recife :Do Muar à Maxambomba 1600/1880
Os meios de transporte do Recife sempre foram bem variados, e à medida então que o tempo passou, mudaram de forma bem interessante.
Fazemos neste artigo uma análise dos primeiros meios de transporte urbanos no Recife , e sua repercurssão no cenário da cidade.
Do Muar à Maxambomba: Passeando por Recife no passado em Cavalos, Charretes, Carroças e trens – Parte 1 – de 1600 à 1880.
Fazemos neste artigo uma análise dos primeiros meios de transportes urbanos no Recife , e sua repercurssão no cenário da cidade.
Recife teve realmente muitos meios de transporte. Nascida à beira do Rio e do Oceano, a cidade assim logo utilizava barcos, balsas e jangadas para atravessar as distâncias.
Mesmo o mais veloz cavalo parava diante dos cursos d’água, e eram certamente obrigados a subir também nas balsas para chegar ao outro lado. Não havia então pontes ainda em Recife, então as canoas eram os meios de transporte para tudo.
Então com a chegada do Príncipe de Orange João Maurício de Nassau-Siegen, também aqui chegaram as pontes.
Com elas, a travessia também facilitada por outros meios de transporte. Eram redes assim transportadas por escravos, cavalos, cadeirinhas de arruar ou palanquins, carros de engenho. Ainda havia as barcas, que dividiam agora o espaço com a novidade.
Os enfim primeiros transportes coletivos a muar foram implementados no início do século XIX, e em 1847 foram aceitos oficialmente. Já eram assim chamados de ônibus, e o mais famoso foi o “Ônibus do Cláudio”, de propriedade de Cláudio Dubeux, um comerciante de pólvora que morava em Apipucos.
Pernambuco então foi a segunda região brasileira a deitar trilhos de ferros no chão. Teve de fato sua concessão em 1852, mas apenas em 1856 saiu uma matéria a respeito da inauguração no Diário de pernambuco. Em 1858 os trens começaram a seguir horários de saída.
Meios de Transporte : Cabo de Santo Agostinho e a evolução das viagens para o interior de Pernambuco.
No começo, de fato iam só até o cabo. Paravam, para começar, assim em Afogados, Prazeres, Pontezinha e Ilha. O bairro de Boa Viagem era balneário ainda apenas para ricos, e não tinha sua estação.
E os recifenses então faziam da viagem de trem para Cabo de Santo Agostinho um passeio, que logo virou moda. Cabo cresceu, e o Grande Hotel do Cabo fez sua fama então. O teatro local cresceu também , para atender a demanda de diversão.
Mas era necessário também um tranporte mais urbano, e daí surgiu a ideia de implementar a Maxambomba. A palavra se trata de uma corruptela do termo Machine Pump.
Era sempre um trem pequeno e descoberto, composto de três vagões. A maxambomba do Recife, inaugurada em 1867, foi de fato o primeiro trem urbano da América Latina. Sua circulação no Recife durou até 1916. Depois disso, elas foram substituídas pelos bondes elétricos.
Ainda no Recife, os carros particulares então , ou seges, que eram leves, puxados por um cavalo só e com dois assentos (boleeiro e passageiro) começaram a circular nos idos de 1830. Foram tão populares que até mereceram destaque no famoso CARAPUCEIRO:
“Quando eu andava na escola
Do mestre feijão de coco
O Recife duma vila
Nada distava, ou bem pouco;
Havia uma capoeira
Sege do Governador,
Tinha o Bispo outra que tal
E às vezes o Ouvidor.
Traquitanas, carros, seges,
Cabriolés e carrinhos
Obstruem dia e noite
Os populosos caminhos.
Estes carros assim eram alugados por Adolphe Bourgeois, lá na Rua da Aurora. Fred Hansen também os alugava na Rua do Passeio público. Assim aos poucos, não eram mais privilégio do Bispo, do Governador ou do ouvidor.
Carros de passeio e carror fúnebres.
Também nesta época, já existiam os carros fúnebres. A então famosíssima CASA AGRA, citada na poesia “As Cismas do Destino” de Augusto dos Anjos :
“Recife. Ponte Buarque de Macedo.
Eu, indo em direção à casa do Agra,
Assombrado com a minha sombra magra,
Pensava no Destino, e tinha medo!”
A cocheira da Casa Agra ficava de fato de frente à Igreja de São francisco. Tinham assim carros de primeira, segunda e terceira classe. Todo recife à eles acudia para ritos fúnebres.
Havia também outras empresas funerárias, uma delas inclusive sofreu várias críticas por andar em alta velocidade. Corriam tanto que em certo momento, o caixão que levavam caiu no meio da ponte, com defunto e tudo.
As cocheiras Albuquerque & CIA., do cais do Capibaribe, ofereciam então carros de passeio para vários fins, em 1880. Carros de passeio eram utilizados para casamentos, formaturas e bailes. Os cocheiros dos carros eram uma atração à parte com suas fatiotas de gala.
Traremos a segunda parte falando sobre os transportes urbanos no Recife, curiosidades e fatos pitorescos. Como nossos avós Passeavam?
Conheça nossa HQ BOCA DE OURO, que trata sobre a modernização dos transportes em Recife. Leia AQUI
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