Gilberto Freyre

GILBERTO FREYRE – PEQUENA CRÔNICA

Gilberto Freyre foi um dos maires estudiosos da sociologia e antropologia brasileiras. Nesta crônica, narro um pouco de meu encontro com ele.

Gilberto freyre foi um dos maiores sociólogos / antropólogos do Recife e do mundo, e aqui eu narro um pouco de como eu o conheci quando criança.

Eu tinha cerca de sete anos, já sabia ler, escrever e arriscava umas historinhas de minha autoria, além de desenhar. Sempre gostei de criar. Sabendo disso, a minha madrinha Milde do Rêgo Barros pediu à minha mãe para que eu a acompanhasse a uns eventos,nos quais eu lhe faria companhia, e teria a oportunidade de conhecer algumas pessoas da área artístico-filosófica. Na posição de acompanhante de minha madrinha, fui a lugares incríveis, pois ela costumava circular nos meios acadêmicos e literários. Frequentei festas na Academia Pernambucana de Letras (comi filhoses pela primeira vez na vida), mas como era bem pequena, não lembro particularmente de ninguém que conheci naquela época, e naquelas festas chiques... exceto por um escritor. Gilberto Freyre.

Bem, a história foi a seguinte: Era mais uma festa em mais um lugar. Um certo casarão no bairro de Apipucos, um aniversário. Ela me contou que um amigo dela estaria completando 80 anos naquele dia e tinha convidado pessoas íntimas. Chegando lá, tratei de fazer o que toda criança faz: xeretar. Andei pelo palacete para cá e para lá, fui na biblioteca, no escritório, mexi na escrivaninha do dono da casa. Era uma casa bem grande, cheia de coisas curiosas para uma menininha fuçar.

Terminado o “serviço”, saí para o quintal. O homem estava sentado em uma cadeira, na escadaria enorme, recebendo os parabéns de todos. Segundo minha madrinha ele era escritor, e dos bons.Muito famoso. Ora, se era assim, resolvi então ir falar com ele. Claro, não é, perfeitamente natural.

Bem ali naquela escada, cheguei na frente de Gilberto Freyre e, na cara dura apertei-lhe a mão, dizendo: “Muito prazer, “Seu” Gilberto, meu nome é Roberta e eu sou uma escritora, assim, como o senhor”. Misericordiosamente minha lembrança da conversa só vai até aí.

Gilberto Freyre e o Movimento Educacional dos Quadrinhos

Mestre Gilberto Freyre! Aqui está aquela menina que, em sua ingenuidade de criança, se pês em pé de igualdade consigo. Ela jamais poderia prever os rumos que a levaram, na vida, a voltar a encontrá-lo, pelo menos no âmbito da pesquisa.

Hoje eu diria, de fato diante de sua cadeira: “Imenso prazer em revê-lo, senhor. Sou Roberta, escritora e desenhista de histórias em quadrinhos. Tenho, enfim ao longo de toda esta jornada de vida, aplicado seus ensinamentos no intuito de criar quadrinhos históricos e divertidos, divulgando nosso passado e imaginário. Quero, então cada vez mais, trazer para todos este conhecimento, e peço que oriente o meu ideário, até o fim de minha obra”.
Assim naquele dia de festa no casarão rosa de apipucos, casa de Gilberto Freyre, voltei para casa feliz, com uma história em quadrinhos, que a lembrança distribuída de lembrança.

Autografada por ele. Quando finalmente iniciei as pesquisas, li algumas reportagens escritas por ele, constatando uma grande parte dedicada às histórias em quadrinhos. Gilberto Freyre certamente percebeu a importância dos quadrinhos na propagação do conhecimento, reforçando a absorção de conteúdos.

Para ele, histórias em quadrinhos eram um instrumento incrível , algo merecedor de toda a atenção. E isto pois nos anos 40-50. Ele certamente amou e respeitou as histórias em quadrinhos. Em suma lendo inúmeras crônicas escritas por ele sobre o assunto, percebo que tudo tem voltado à este começo, como a mítica serpente que morde a própria cauda no infinito. Enfim o que foi um encontro fortuito selou, de certa forma no passado, o meu destino neste presente.

Caso haja interesse em conhecer um poucoda figura de Gilberto Freyre, sugiro este link AQUI.

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