velha branca

A Velha Branca e o Bode Vermelho – Lenda Urbana de Recife

a velha branca existiu de fato. Conheça aqui a lenda urbana Recifense que narra a história de como uma mulher bastante religiosa , ao fim da vida encontrou satanás.

A Velha Branca e o Bode vermelho se passa no final do século 19, logo depois do fim da escravidão no Brasil. confira!

A Velha Branca e o Bode Vermelho

Venham meus caros, aceitam um docinho de banana, uma fatia de bolo de rolo? Podem então  chegar, puxem uma cadeira, e fiquem bem a vontade. A história assim que vou contar não é uma história qualquer. A história d'AVelha Branca.

Havia, assim lá pelos fins do século 19, bem ali onde fica o conhecido COUNTRY CLUB da Av. Rosa e Silva, no Recife, a casa de uma certa senhora.

Ali, onde então as areias do Rosarinho eram tão macias, que sequer um carro conseguia rodar, ficava o belo casarão colonial. Se encontrava então ao meio de um sítio. Neste sítio, um sem número de pés de fruta, tantos e certamente  de tão diferentes tipos, que enchiam os olhos dos moleques de rua que sonhavam em pular o alto muro e encher as fraldas das camisas de mangas, sapotis, tamarindos.

a velha branca

Quinze tipos de mangas diferente, entre elas também  a já extinta manga-sapatinho; pitombas, pitangas, graviola, jambo rosa e jambo do pará, grandes e gordos , cor de vinho tinto.

Carambolas assim que mais pareciam dirigíveis, e que se transformavam em estrelinhas, quando cortadas.
A casa em si era também um espetáculo. Grande como todas as casas de antigamente, com portas altas e de madeira escura. Nesta casa imensa, morava a idosa senhora e mais três sobrinhas. A velha branca.
Aguarde um minuto, vou buscar um suco de caju, está bem?

Pronto, estamos de volta!

     A velha branca  tinha uma certa fama de rica, e assim  acolhera estas sobrinhas em sua casa, após a morte do irmão. As sobrinhas, certamente  as três donzelas, cuidavam de tudo na casa. Aparentemente, apesar de rica, a idosa então não era muito inclinada a gastar seu rico dinheirinho.

Já ia enfim  bastante entrada em anos, e tendo mais de 80, era do tamanho de uma menina de 8.

Andava puxando os pés, num passinho miúdo, e era praticamente cega. Muito branca, como que coberta de neve, cabelos e pele finos como um pergaminho, mãos pequenas e delicadas.
     Havia ainda na casa empregadas pagas e algumas que se deixaram ficar após a abolição, também idosas escravas e suas famílias. 

Esta senhora de fato escondia suas moedas e suas coisas e deixava as sobrinhas no “ora-veja”. As moças então se vestiam pobremente, e eram obrigadas a vender doces feitos com as frutas do jardim.

Mandavam as “negras-de-ganho” vender assim nos mercados e ruas da cidade, e com o dinheiro, pagavam as despesas da casa.
     E para onde ia a fortuna da velhinha branca?
   Dizem que era para botijas escondidas. As joias, ela guardava no relicário de santos que tinha no quarto, fechado a sete chaves. Os santos, que ali havia, eram todos ajaezados.

Mas o mais enfeitado de todos era um menino Jesus de Praga, antigo e ancestral. Viera de portugal, o tesouro da idosa.

Nunca casara, nem tivera filhos. Mas tratava a pequena estatueta como se fora um bebê. De vez em quando, levantava as saias de cetim do santinho para alisar a pequenina piroquinha , anatomicamente perfeita.

 

E o que aconteceu, com a velha Branca?

As sobrinhas viviam revoltadas pelo descaso da tia, que as ignorava, e às suas necessidades. A chave do relicário, a mulher trazia presa ao alvo pescoço cor de papel. Todo o amor e carinho, a velhinha guardava para seu menino Jesus de praga.

   O tempo passou. Dias atrás de dias, e o que aconteceu, foi de repente, do nada.
   Costumava a velhinha branca tomar seu jantar bem cedo, pois também se recolhia cedíssimo. Estava um dia, pois, tomando café com bolo, quando o cheiro de enxofre começou a empestear o ar.

Era enxofre dos infernos, coisa do demônio mesmo.
   Aos poucos, sob o olhar aterrado da idosa, um bode de pelo vermelho se materializou. Ali mesmo, sobre a mesa de jantar, no meio da canjica e dos beijus de mandioca. Era um bode grande, de barbas logas e olhos amarelados.
    A mulher gritou desesperada. As sobrinhas acudiram , mas nada viam do bode, que a idosa, trêmula, apontava o dedo. Nada era visto ali. Mas o horror da aparição demoníaca estava impressa na expressão facial da idosa.
  

...

O bode, assim como apareceu, sumiu. Mas depois de tal aparição, a idosa nunca mais foi a mesma. Abandonou toda a alegria de viver, e foi mirrando aos poucos, até morrer, por fim. No dia de seu enterro ela, que era pequenina, pequenina, estava tção menor, que caberia no caixão de um bebê. Seu tamanho, disseram, se reduzira ao amor que tinha no coração, um quase nada, uma nulidade.

Esta história é a lenda urbana contada como se conhece. leia, abaixo, uma página de HQ EXCLUSIVA PARA  O POST. Em breve, o SOMBRAS DO RECIFE trará uma hq onde outras coisas acontecerão. Não nos limitamos à lenda,de forma superficial. É apenas a ponta do iceberg. Pois o que se oculta nas sombras do passado é muito mais aterrador que uma mera lenda compilada.
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