RECIFE : SEJAM TODOS BEM VINDOS À CIDADE MAIS ASSOMBRADA DO MUNDO
Recife ... As sombras se multiplicam, divergem, convergem, e todas confluem
Em Recife as assombrações passeiam. Tomam a noite em haustos. Não existe lugar seguro, não há salvaguarda. Todo e cada um dos bairros da cidade guarda segredos, histórias, mistérios. Nunca uma madrugada é igual à outra, nunca um medo se compara à outro.
Recife, cidade magnética
Recife, cidade imagética
Imaginária, mimética
Maravilhosa.
Nascida dos amores dos poetas
Dos pavores dos estetasDe risos, gritos, batuques e retretas
Esplendorosa.
(Sombras do Recife)
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OS MALASSOMBRINHOS CHEGARAM PARA FICAR, E ASSUSTAR VOCÊ ATÉ AS OITO DA NOITE... PORQUE AMANHÃ É DIA DE ESCOLA!
Recife : o que é uma cidade.
Há uma grande dificuldade, dentro deste dia a dia nosso, em parar e pensar a respeito de certas coisas. Às vezes, pensar nem acontece, refletir sobre algo. Na pressa de ir e vir de nossas atividades, não olhamos com mais atenção pela janela dos ônibus. Não sentamos em uma praça apenas para contemplar um chafariz, não entramos em uma igreja para observar a história impregnada em suas alfaias.
Primeiramente na escola se nos é obrigatório, decoramos as fórmulas de matemática, física e química, e as datas históricas.
Provavelmente despejamos os conteúdos nas avaliações , para logo depois esquecer. A história ensinada na escola é, diga-se de passagem, apenas uma pincelada geral. Mas e quanto às nossas raízes, nossa cultura, nossa identidade?
Era Uma Vez...
Era uma vez uma menina que não conhecia a sua cidade. Apesar de jamais ter saído efetivamente de lá, caminhava como cega por suas ruas. Sem vê-las, e sequer conhecia os seus nomes.
Ela cresceu, entrou na escola e muito aprendeu da história do mundo. Em seu tempo, ingressou na universidade e teve acesso à teoria da arte e da filosofia. Na sua peculiar prática artística voltada para as histórias em quadrinhos, além disso criava mundos imaginários ainda alheios à sua própria realidade, ou seja era incapaz de aprofundar as raízes de sua própria origem, focando na origem de outras coisas.
Um dia, casualmente tomou em mãos um livro que falava sobre a sua cidade, Recife: ARRUAR, de autoria de Mário Sette. Sua visão clareou. Ela leu outro, mais outro, mais outro, de todos aqueles célebres autores: Gilberto Freyre, Flávio Guerra, Vanildo Bezerra. Entre tantos outros mais. Escritores incríveis que amaram intensamente esta terra. O amor pela cidade nasceu ali.
Recife nos traços do ontem, hoje.
Consequentemente a menina, que antes tateava às cegas pela sua própria história , amou Recife. Ela conheceu, teve a felicidade de descobrir o imaginário e o histórico do Recife, e hoje caminha pelas ruas, as conhece pelos nomes, pois são suas velhas amigas.
Olha pelas janelas dos ônibus, vê a paisagem urbana alterada pelo tempo e mantém o devido respeito por tudo e todos que a modificaram; senta em seculares bancos de praça , entra em seculares igrejas, com a renovada admiração pelos mistérios de que estão imbuídos.
Platão afirmou que: “Ninguém ama ou respeita o que não admira”. Esta é uma obra criada com bases no respeito e admiração, no orgulho e na pernambucanidade; suas bases são sólidas, seu interesse é sincero.
O universo em expansão que foi criado usando os dados históricos, fatos pitorescos e imaginário popular tem a precípua ideia de trazer à todos o conhecemento adquirido ao longo dos anos de pesquisa sobre a cidade do Recife, abarcando o estado de Pernambuco.
Nossa meta e ambição é certamente a de despertar este amor pelas raízes em todos e cada um dos recifenses, mesmo dos pernambucanos. Trazer, à luz do conhecimento, de forma dinâmica o saber histórico, para que estes mesmos cidadãos tenham a oportunidade de amar mais profundamente , respeitar e admirar o lugar aonde vivem .
Um Medo Primitivo
As lendas e fatos pitorescos do Recife certamente são a melhor forma de transmitir o conheciento necessário para todos. De fato o folclore traz à tona o resquício primitivo de desejo em delegar o noss livre arbítrio a algo desconhecido. Algo além de nossas forças ou mesmo de nossas capacidades mentais.
Desde o princípio, o homem buscava esta aceitação fora de si mesmo. Fosse através dos mitos de criação do universo, deuses ou mesmo demônios ou personificações do mal e escuridão.
Esta busca pelo exógeno sempre o fez questionar, e a partir dai vieram as perguntas básicas da filosofia. O que somos, de onde viemos, para onde vamos. Estas perguntas também permeiam o imaginário humano.
Se o homem deseja algo para adorar, provavelmente também deseja algo a que temer. Talvez tenha a ver também com a busca pelo eterno. Então vieram as sombras, o maligno, o desconhecido e fora do domínio. É de fato também algo impossível de se controlar.
Alheio à vontade do ser humano. Se o monstro assim o quiser terá o poder de destruí-lo , independente da vontade dele. Então o medo nasce assim.
Aqui em Recife é deste jeito.
Recife - Canta a tua aldeia
Porque o recifense busca seu medo, conta suas histórias, canta sua aldeia e é universal desta forma. Seja bem vindo então, a este mundo assombrado e assombroso de um Recife feito de brumas, medos, mistérios.
As lendas e fatos pitorescos do Recife são a melhor forma de transmitir o conheciento necessário para todos. De fato o folclore traz à tona o resquício primitivo de desejo em delegar o noss livre arbítrio a algo desconhecido. Algo além de nossas forças ou mesmo de nossas capacidades mentais.
Desde o princípio, o homem buscava esta aceitação fora de si mesmo. Fosse através dos mitos de criação do universo, deuses ou mesmo demônios ou personificações do mal e escuridão.
Esta busca pelo exógeno sempre o fez questionar, e a partir dai vieram as perguntas básicas da filosofia. O que somos, de onde viemos, para onde vamos. Estas perguntas também permeiam o imaginário humano.
Se o homem deseja algo para adorar, também deseja algo a que temer.
Então vieram as sombras, o maligno, o desconhecido e fora do domínio. É também algo impossível de se controlar. Alheio à vontade do ser humano. Se o monstro assi o quiser terá o poder de destruí-lo , independente da vontade dele.
SOBRE A AUTORA
Meu nome é Roberta Cirne, Mãe do Giovanni e da Lorena.
Sou pesquisadora, roteirista e desenhista de histórias em quadrinhos, e já publiquei alguns trabalhos em quadrinhos,com outros artistas e roteiristas, entre eles "Passos Perdidos, História Desenhada - vols I, II, III , IV " (Ganhador do Troféu HQ MIX de maior contribuição em 2007), "Heróis da Restauração Pernambucana " (Indicado ao HQMIX no ano seguinte ) e AFRO HQ (História da África e suas migrações contada pelos orixás).
Também participei da revista "Bíblia em Quadrinhos" junto a Pedro Ponzo e Eduardo Schloesser , como colorista. Atualmente estou à frente do site SOMBRAS DO RECIFE, que fornece conteúdo gratuito em quadrinhos, fatos históricos e folclore recifense.
A revista SOMBRAS DO RECIFE - VOLUME 1 foi a PRIMEIRA REVISTA EM QUADRINHOS LANÇADA NA HISTÓRIA DA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS, dia 19 de maio de 2018.
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